Como corretores e seguradoras podem se organizar para prestar um serviço melhor aos clientes corporate?

marcelo mansurTrabalhar com qualidade para atender o cliente e também estar dentro das normas da Susep é um ponto fundamental para ofertar uma boa prestação de serviço e assim melhorar a percepção do cliente de que seguro é um investimento e não um custo para a companhia. Essas foram as principais conclusões do painel “Prestação de serviços na indústria seguradora”, realizado no 5a Zurich Corporate Conference 2014, que acontece no Guarujá (SP) e conta com a participação de 140 executivos, entre clientes, corretores e especialistas da Zurich.

Segundo Marcelo Mansur, sócio do escritório de advocacia Mattos Filho, entre os principais pontos de prestação de serviços estão a inspeção e subscrição, a emissão da apólice e a regulação do sinistro. “Esses são os principais pontos de contato onde o corretor pode mensurar a qualidade de serviços das seguradoras. Atender a esses três momentos é o maior teste de qualidade de uma seguradora”, afirma. Segundo Mansur, se o corretor faz uma boa subscrição, o cliente tem a percepção de que obtém um bom resultado sobre o investimento no programa de seguro. “Emitir a apólice corretamente, um pedido dos clientes, e a regulação rápida para que o cliente possa recompor seu patrimônio rapidamente, reduzindo até mesmo as perdas que podem ser geradas com o acidente, também são pontos que merecem atenção.

Após a apresentação de Mansur, Pedro Rodrigues, diretor comercial de Corporate e Commercial da Zurich, chamou os executivos da Marsh, Aon e Willis para comentarem sobre o esforço dos corretores para agregar valor ao cliente.

IMG_9726Nelson Lucena da Marsh: O executivo apresentou o programa Marsh Market Performance, que avalia a performance operacional das seguradoras, tanto na emissão da apólice como regulação de sinistro. “Ninguém gosta de ser avaliado, mas aos poucos as companhias vão entendendo o programa e utilizando os dados da pesquisa para melhorar a eficiência operacional.”, diz. Segundo ele, antes de divulgar o estudo que trará uma referência de mercado sobre o perfil das companhias de seguros, elas terão a chance de ajustar os processos e só depois disso o resultado será divulgado. “A excelência operacional é prioridade para todos, principalmente para apresentar ao cliente economia de custos e garantia de proteção ao patrimônio.

Marcelo Daniel, da Willis: A Willis mostrou à plateia o Willis Quality Index, que potencializa os indicadores do mercado para chegar a um indicador que gera um relatório fornecido às seguradoras sobre os pontos que precisam ser melhorados na prestação de serviços. Esse relatório é discutido com a seguradora e é um componente na qualificação de um risco para o cliente da corretora. “Pretendemos não só criar um benchmarking e sim criar um nova relação com o mercado segurador. Estamos contribuindo para que as seguradoras recebe riscos que realmente tenha capacidade de subscrever”, afirma. Entre os benefícios aos clientes trazidos pelo programa, Daniel citou a oportunidade de fazer escolhas melhor fundamentadas em relação às seguradoras, de acordo com suas necessidades específicas de contratação e baseadas não só em seu poder financeiro, mas também em seu melhor desempenho, além dos benefícios da combinação das opiniões e da experiência de milhares de associados da Willis em todo o mundo.

Maurício Masferrer, da AON – A maior consultora e corretora de seguros do mundo informou que desenvolveu dois programas de monitoramento de clientes e do mercado para saber o que precisa fazer para encantar o cliente. O levantamento gera um grande banco de dados para melhorar a prestação de serviço do corretor e também que ele influencie a seguradora a criar produtos mais adequados às expectativas dos clientes. “Com isso na mão temos um estudo importante para melhorar a qualidade dos nossos serviços”, comenta. Ele apresentou uma pesquisa realizada entre outubro de 2013 e maio de 2014, na qual é a maioria das seguradoras situou-se no índice de qualidade média. Um dos desafios é integrar os sistemas das seguradoras, desburocratizar os processos regulatórios e atrair novos talentos.

cristianeE o cliente, o que pensa da prestação de serviço recebida dos corretores e seguradoras?

Quem respondeu essa questão foi Cristiane França Alves, presidente da Associação Brasileira de Gerenciamento de Riscos (ABGR) e responsável pelo gerenciamento de risco da CSN. “Eu quero trabalhar com excelência. Não vou querer receber da seguradora um regulador que vai levar dois meses para entender o que eu faço para dai a indenização chegar. Só da seguradora entender o risco do cliente é meio caminho andado para justificar o investimento em seguros, que ainda é visto como despesa para grande parte das corporações”, afirma.

Segundo ela, há muito para melhorar os clausulados dos contratos, para afastar qualquer tipo de dúvida em relação a cobertura de acidentes. “É preciso ser feito um trabalho junto com a Susep para mitigar os conflitos gerados por esse item”, ressalta. Ela também cita a carência dos gestores de riscos das empresas ter o corretor mais próximo durante todo o ano e não apenas na fase de renovação do contrato. “Ter o profissional mais próximo ajuda o gestor de risco a aprimorar a política de risco do grupo”.

Pesquisa – De acordo com pesquisa realizada com a plateia, 58,9% responderam que gostariam, de num futuro próximo, da construção de uma proposta de valor em parceria com o cliente e 28% desejam que os prestadores tenham um conhecimento mais profundo do cliente.

Qual o aspecto mais importante na prestação de serviço da seguradora? 46% responderam que é a velocidade na regulação do sinistro. 29% facilidade de acesso ao executivos responsáveis; 17,9% emissão de apólices e endossos sem erros e 6,3% consideram importante uma melhor divulgação dos produtos disponíveis.

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

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