Planos de previdência aberta arrecadam R$ 8,5 bilhões em maio

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O mercado de previdência aberta fechou o mês de maio com R$ 8,5 bilhões em novos depósitos, registrando alta de 26,19% em relação ao mês de abril, quando ingressaram R$ 6,7 bilhões no sistema. O resultado em maio deste ano foi também 4,6% superior ao verificado em maio de 2013. “Depois de registrar queda em janeiro, o segmento retomou o crescimento” diz Osvaldo do Nascimento, presidente da FenaPrevi, entidade que representa 75 seguradoras e entidades abertas de previdência complementar no país.

Os planos individuais foram destaque no mês de maio com expansão de 29,11% em novos depósitos frente a abril. Em relação a maio de 2013, a expansão foi de 3,2%. Já os planos empresariais cresceram 6,72% frente a abril. E em relação a maio de 2013 registraram forte expansão de 18,99%. Os planos para menores, por sua vez, cresceram 3,14% frente ao mês anterior. Em relação a maio do ano passado a arrecadação cresceu em 12,87%.

Com o desempenho do setor, a carteira de investimentos somou R$ 398,9 bilhões em maio. Em abril, a carteira havia acumulado R$ 390,2 bilhões. Na análise por tipo de produto, a carteira de investimentos do VGBL passou de R$ 254,4 bilhões em abril para R$ 261,6 bilhões em maio. Já a carteira do PGBL cresceu de R$ 82,8 bilhões para R$ 83,8 bilhões, no mesmo período. A carteira dos planos tradicionais, por sua vez, registrou R$ 52,9 bilhões no mês, enquanto que no mês anterior R$ 52,4 bilhões.

De acordo com a Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (FenaPrevi), em maio deste ano a captação líquida (diferença entre arrecadação e resgates) dos planos registrou saldo positivo de R$ 5,1 bilhões.

As informações da FenaPrevi mostram, ainda, que o sistema possuía, em maio, 1.882.036 adesões a planos empresariais e 8.171.009 planos individuais contratados, estes últimos, por 6.029.963 pessoas. Em maio, 83.079 pessoas usufruíram benefícios (aposentadorias complementares, pecúlios, por morte e por invalidez, e pensões, por morte e por invalidez).

Na análise por modalidade, os individuais foram o destaque em maio com arrecadação de R$ 7,6 bilhões, 29,11% superior ao mês anterior. Os planos empresariais, por sua vez, arrecadaram R$ 742 milhões e obtiveram crescimento de 6,72% em relação aos R$ 695,3 milhões registrados em abril. Já os planos para menores registraram aportes de R$ 161,3 milhões, alta de 3,14%.

As provisões – recursos acumulados pelos titulares apresentaram saldo de R$ 384,3 bilhões no mês de maio. As provisões do VGBL no período foram de R$ 262,2 bilhões no período. Os planos PGBL, por sua vez, registraram R$ 80,5 bilhões no mês. E os planos tradicionais, R$ 41 bilhões.

Com relação ao market share, os planos VGBL mantiveram a liderança nas provisões entre os planos, com 68,23% do total, seguidos pelos PGBL, com 20,95% do total de provisões. Os planos tradicionais contaram com 10,68% do total de provisões. Outros produtos – incluindo os FAPI – completam a equação, com 0,14%.

O tratamento fiscal

A opção por planos deve considerar e priorizar uma visão de longo prazo, dada a tributação diferenciada para o poupador. No PGBL, modalidade de plano indicada para quem declara o Imposto de Renda (IR) pelo formulário completo, o poupador pode deduzir anualmente da base de cálculo do tributo, o valor total dos aportes efetuados a planos de previdência complementar, durante o exercício social, até o limite de 12% da sua renda bruta, reduzindo o imposto a pagar ou, até mesmo, podendo ter direito à restituição. “É o chamado diferimento fiscal, ou seja, o pagamento do IR devido sobre esses recursos, acrescidos dos rendimentos auferidos, é realizado apenas no momento do resgate total ou parcial, ou do recebimento do benefício”, diz Nascimento.

Para usufruir da dedução, o participante da previdência complementar aberta tem de estar contribuindo para a previdência oficial, inclusive no caso do titular, com mais de 16 anos, ser dependente de quem faz a declaração.

Já no VGBL, modalidade de plano indicada para quem declara o Imposto de Renda pelo formulário simplificado, para quem se encontra na faixa de isenção do IR, ou para quem já atingiu o limite de dedução previsto para a previdência complementar (12% da renda bruta), não é possível deduzir da base de cálculo do IR os valores dos aportes realizados ao plano. “No entanto, no momento do resgate ou do recebimento do benefício, o IR incide apenas sobre o valor dos rendimentos auferidos, e não sobre o valor total do resgate ou do benefício recebido, como ocorre no PGBL”, afirma o presidente da entidade.

De acordo com o presidente da FenaPrevi, é importante destacar que, para ambas as modalidades de planos (PGBL e VGBL), não há cobrança do imposto de renda a cada seis meses, sobre os rendimentos obtidos, como ocorre em outras aplicações, à exceção da caderneta de poupança.

Outra característica do PGBL e do VGBL é a possiblidade do poupador optar pelo regime de alíquotas regressivas do imposto de renda, significando, deste modo, que, quanto mais tempo os recursos permanecerem aplicados, menor será a alíquota do Imposto de Renda incidente.

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

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