Levantamento da CNseg indica que consumidores reconhecem a eficácia das ouvidorias das seguradoras

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O aumento do número de atendimentos prestados pelas ouvidorias das seguradoras em 2013 demonstra a crescente confiança do consumidor nesse canal. De acordo com o Relatório de Ouvidorias elaborado pela Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais, Previdência Privada e Vida, Saúde Suplementar e Capitalização (CNseg) com a participação de 33 empresas reguladas pela Superintendência de Seguros Privados (Susep) – que representam 92% da receita total do setor -, houve um aumento de 44% nas manifestações dos segurados (66.623) em relação ao volume registrado em 2012 (46.344).

O relatório aponta também que, em 2013, 88% das seguradoras atenderam os consumidores em até 15 dias, prazo regulamentado por lei. Cerca de 6% responderam em 24 horas, 19% em até três dias, 32% em até cinco dias, e 64% em até dez dias. Entre os Estados, São Paulo foi o que registrou maior percentual de demandas: 41%. O Rio de Janeiro aparece em segundo lugar, com 15%, e Minas Gerais em seguida com 9%. Paraná e Rio Grande do Sul foram responsáveis por 5% das manifestações, cada.

Na comparação com os demais canais de relacionamento com o segurado, as ouvidorias das seguradoras continuaram no topo em 2013, com 36.676 atendimentos, seguidas pela Superintendência de Seguros Privados (Susep), com 13.151, Procons, com 11.889, e Banco Central, com 4.907 atendimentos. Para a diretora executiva da CNseg, Solange Beatriz Palheiro Mendes, o aumento do número de atendimentos prestados pelas ouvidorias no último ano demonstra um amadurecimento do consumidor, que reconhece a relevância e a eficiência desse canal voltado à solução de controvérsias. “O setor de seguros tem investido no aperfeiçoamento e na qualidade das Ouvidorias, que são um importante termômetro da percepção dos consumidores em relação aos produtos e serviços ofertados”, afirma a executiva, destacando que a partir de 2014 serão mensurados também os dados das ouvidorias das operadoras de saúde suplementar.

Do total de manifestações em 2013, cerca de 70% referem-se a reclamações. Os 30% restantes dizem respeito a registros como dúvidas e elogios. De acordo com o relatório, a regulação do sinistro foi o tema com maior número de atendimentos no ano passado (10.697). Entre os segmentos, o seguro de bens foi o que registrou maior número de atendimentos: em 2013 foram 38.516, seguido pelo seguro de pessoas, com 13.888, pela previdência privada, com 10.479 e a capitalização, com 3.740 registros. Demais segmentos como o de seguros residencial e o de garantia estendida responderam, juntos, por 6.819 registros, representando 19% do total de atendimentos.

Para se ter uma ideia do que isso representa, é importante levar em consideração o volume de indenizações, resgates, benefícios e sorteios pagos por todo o mercado de seguros no ano passado: R$ 149,1 bilhões. Desse total, R$ 22, 3 bilhões no segmento de seguro de automóvel e ramos elementares, R$ 11,5 bilhões no de capitalização e R$ 24,4 bilhões em previdência. O produto garantia estendida, importante instrumento de inclusão financeira, por sua vez, foi responsável por 2,1 milhões de sinistros regulados no ano passado. “Diante dos milhões de segurados e atendimentos prestados, o volume de reclamações não chega a 1% do universo de consumidores desse mercado. A preocupação com a satisfação de todos os consumidores é um dos focos da indústria de seguros que tem investido muito na ampliação dos canais de comunicação com os segurados, de forma a prestar todos os esclarecimentos a respeito do funcionamento dos produtos adquiridos”, frisa a diretora executiva da CNseg.

Segundo Solange Beatriz, antes mesmo da aprovação das resoluções no ano passado (nº 279 do CNSP e nº 323 da ANS), que obrigaram a instalação de ouvidorias nas seguradoras, a maioria das empresas já havia instituído o canal. “O mercado de seguros sempre esteve consciente da importância das ouvidorias como uma forma de solucionar com eficácia os conflitos e possibilitar um maior diálogo com o consumidor de seguros. A regulamentação só veio fortalecer uma prática que já era adotada pelo setor”, explica.

Redução de processos administrativos

Em 2013, a Superintendência de Seguros Privados registrou uma considerável redução do número de Procedimentos de Atendimento ao Consumidor (PAC) e Processos Administrativos Sancionadores (PAS), categorias criadas para registrar a gravidade das reclamações em seguradoras. Isso mostra que quando há uma reclamação, as empresas se movem no sentido de buscar a reconciliação.

No ano passado, das 13.151 reclamações recebidas pela autarquia, 346 se converteram em PAC. Portanto, 97,4% das reclamações foram solucionadas de imediato pelas empresas. Dos 2,6% restantes, 99, 5% foram resolvidos, somente se convertendo em processo administrativo 0,5%.

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

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