Cuidado com o 1º de abril, alerta Allianz

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Rir é sempre o melhor remédio, já diz o conhecido ditado. Mas rir a qualquer custo pode ter sabor amargo. As brincadeiras típicas de 1º de abril, o Dia da Mentira, geraram perdas estimadas em US$ 4,3 milhões, em 2013, devido à perda de produtividade, desperdício de recursos e gastos associados a serviços de emergência, que atenderam às pegadinhas que foram mais longe do que o esperado. O cálculo é parte do relatório No laughing matter: April Fools’ Day divulgado pela Allianz Pre-Risk Mitigation (APM).

Diferentemente do passado recente, agora não só as pessoas físicas participam das brincadeiras, empresas usam cada vez mais a data para gerar publicidade. Entretanto, especialistas garantem que muitas subestimam o risco e os custos da piada virar uma dor de cabeça.

“Se bem feitas, as piadas podem gerar um resultado simpático, entretanto a experiência tem mostrado que muitas vezes, as piadas de 1º de abril não provocam só risadas, elas podem significar custosos processos judiciais quando dão errado” alerta Rainer zu Fall, porta-voz sênior da APM. O relatório demonstrou que as ações de 1º e abril afetam a produtividade da empresa, pois os funcionários gastam tempo para responder as comercializações de ofertas ou reportagens que são, na verdade, pegadinhas.

Humor duvidoso

Outro lado negativo das brincadeiras é o uso dos serviços de emergência, que poderia ser evitado. Nos Estados Unidos, mais de 840 chamadas de emergência foram diretamente atribuídas às chamadas de “brincadeiras que deram errado”.

A APM também avaliou sinistros de seguros em todo o mundo em 1º de abril e outras datas que carregam o mesmo sentido, ao redor do mundo. O relatório apontou um aumento considerável de sinistro dos seguros gerais associados a 1º de abril, na última década. A maioria dos pedidos de indenização ocorreu nos EUA e no Reino Unido, entretanto houve aumento também na Austrália, Canadá, França, Hong Kong, e na Sérvia e Montenegro.

Em 2013, um incidente causou um grande prejuízo na Flórida, EUA, quando dois apresentadores disseram aos ouvintes que “monóxido de dihidrogênio” saía das torneiras na área de Cape Coral. A afirmação causou pânico entre os moradores, que não associaram o anúncio a uma brincadeira com a simples fórmula química da água. Os serviços de utilidade pública locais foram forçados a emitir um comunicado oficial e o programa foi suspenso e enfrentou acusações criminais.

Em Schildbürger, na Alemanha, um gerente fez uma brincadeira com outro envolvendo uma dançarina do ventre turca, um balão em forma de tubarão cheio de hidrogênio, e um bolo de aniversário iluminado, que resultou em um incêndio, cujo prejuízo foi de mais de US$ 137 mil ao escritório e a uma fábrica vizinha. Pior ainda, duas pessoas foram hospitalizadas por causa da inalação de fumaça.

Piadas corporativas, como o anúncio do YouTube, no ano passado, que iria fechar por dez anos, ou lançamento do Google de mapas de tesouros perdidos, mais frequentemente causam confusão do que entretém o público, já que é necessário lidar com o impacto das informações durante todo o dia. “Se a escolha da empresa é brincar, melhor ter em mente que é muito difícil que pegadinhas terminem somente com sorrisos irônicos no rosto”, alerta Rainer zu Fall.

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

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