Seguradoras debatem ética e transparência

caxppvv1ca7jviswcatxuiz0carj1qhcca4w3y99ca12bmpqca9o166hcajygcdgcaekqd4ocarisdv3cafbz6r6cahdvhxecamb8unlcavqu3g3cawc17vaca6b4rb9caoxo2cmcar6xficcaypk4m9Em um momento em que se fala tanto em falta de ética na política, aconteceu no dia 21 de agosto o 8º Seminário Ética e Transparência na Atividade Seguradora, em São Paulo. “Fico feliz de vir a um seminário como este num momento em que a temperatura em Brasília está elevadíssima. A iniciativa mostra a preocupação do setor em ter a ética na essência da cultura das organizações”, disse o ministro Marco Aurélio Mello, em sua palestra durante o evento promovido pelo Sindicato das Seguradoras, Previdência e Capitalização de São Paulo (Sindseg SP), reforçando que ética nada mais é do que o respeito aos princípios. “A observância dos hábitos ao bem comum e não individual.”

Os números apresentados por diversos palestrantes mostram o empenho das seguradoras na busca da ética e transparência como principais parâmetros para desenvolver o relacionamento com os consumidores. “O serviço prestado pela indústria de seguros, na ótica do Procon, melhorou muito”, disse Luiz Antonio Guimarães Marrey, secretário da Justiça e da Defesa da Cidadania. Para ele, a atividade de seguro é essencial para qualquer país, principalmente para o Brasil, que começa a apresentar forte crescimento econômico e, conseqüentemente, do setor de seguros com novos produtos e serviços.

“As ofertas de seguros devem trazer, de forma exaustiva, informações claras para o consumidor no período pré-venda, como as coberturas que oferece até como o cliente deve proceder em caso de sinistros. Este procedimento é vital para evitar problemas futuros”, comenta. O secretário citou o seguro de garantia estendida. “Trata-se de um produto novo, mas que tem gerado problemas e pode ser melhorado. Entre janeiro e agosto deste ano o Procon registrou 900 queixas deste seguro”.

A indústria de seguros representa menos de 5% das queixas recebidas pelo Procon, que tem as operadoras de telefônia na liderança do ranking. Os principais problemas que chegam aos órgãos de defesa do consumidor em relação a indústria de seguros são a demora na entrega da apólice, descumprimento do contrato, serviços prometidos e não cumpridos, demora no pagamento de indenização e recusa com base no perfil do motorista. “É preciso ver se o consumidor é instruído a preencher de forma correta o questionário”, alerta o secretário.

A boa notícia, segundo o secretário, é que além de a indústria de seguros ter poucas queixas comparadas a outros setores, ainda exibe um elevado índice de acordos realizados dentro do Procon. Das queixas que chegaram ao Procon de São Paulo contra seguradoras entre 2003 e 2008, o índice de negociação foi de 30%, sendo em apólices de vida o maior percentual, com 37% de acordos, e o residencial, com 27%, o menor índice. “Entre janeiro e agosto deste ano o índice de acordos saltou para 70%”, revelou o secretário, sendo o maior em automóvel, com 87% dos casos solucionados, e residência permanecendo como o menor, com 54%.

Segundo o advogado Antonio Penteado Mendonça (foto), um dos organizadores do evento e também mediador, os dados apresentados pelo secretário da Justiça e da Defesa do Consumidor são positivos para o setor que tem atuação na venda massificada. “Isto mostra que o setor está se saindo bem. O total de reclamações não atinge 300 mil em todos os níveis, sejam em ações judiciais, queixas no Procon ou na Susep. Se pensarmos que temos entre 80 milhões a 100 milhões de relações envolvendo relações de seguros — uma única seguradora autorizou mais de 80 milhões de procedimentos em saúde em um ano –, fica claro que o segmento cumpre seu papel.”

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

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