O volume mundial de prêmios recuou 2%, para US$ 4,27 trilhões em 2008, segundo estudo divulgado pela Swiss Re. A receita com seguro de vida e contribuições de previdência registrou queda de 3,5%, para US$ 2,5 trilhões. O recuo foi puxado pelos produtos individuais nos países industrializados. No segmento de ramos elementares, houve redução de 0,8% nos prêmios, para US$ 1,77 trilhão.
Os países emergentes seguiram uma rota inversa dos países industrializados. Os prêmios nos emergentes cresceram 11%, para US$ 513 bilhões, com destaque para o Brasil, cujos prêmios avançaram 8,4% em relação a 2007, dando ao país a 17º colocação no ranking mundial e a liderança na América Latina.
Segundo o estudo, a crise afetou fortemente o seguro de vida, principalmente no auge da crise, a partir de setembro de 2008, quando o mercado acionário começou a registrar fortes perdas com o anúncio de falência de grandes corporações, como o quarto maior banco dos EUA, o Lehman Brothers, e da maior seguradora do mundo naquele momento, a AIG. A insegurança dos mercados fez os seguros de vida nos países industrializados cair 5,3% para US$ 2,2 trilhões.
Em contraste, os mercados emergentes registraram crescimento acelerado em vida, com 14,6%. Segundo Daniel Staib, um dos autores do estudo, apesar do recuo dos preços das commodities, os países emergentes continuaram a ter um bom desempenho em suas economias.
Como resultado da crise financeira, o capital segurado no segmento vida recuou entre 30 a 40%, com algumas companhias chegando a 70%. Segundo Staib, isso mostra que as companhias não só assumem riscos, como também gerenciam riscos.
Em ramos elementares, a redução do prêmio se deu basicamente pela queda da demanda e pelas baixas taxas cobradas neste período caracterizado como “soft market”, diz o estudo. Enquanto o volume de prêmios de ramos elementares caiu 1,9% nos países industrializados, nos países emergentes o volume registrarou alta de 7,1%.
O cenário para 2009 continua vulnerável, com uma perspectiva de melhora pela redução da pressão nos mercados acionários. Em vida, a expectativa é de estabilidade, com os consumidores poupando mais com receio da crise, compensando assim os efeitos do desemprego e necessidade das pessoas em usar suas reservas financeiras.
Em ramos elementares, a projeção é de redução do volume segurado em razão da recessão econômica em diversos países. A necessidade de recompor capital poderá fazer as taxas do seguro subirem e assim compensar o volume de prêmios perdido com menos bens segurados.
O estudo completo pode ser acessado no link “estudo” neste blog ou no site www.swissre.com