Lucro da indústria de seguros cresce 24% no tri

42-18369176A crise financeira global pouco afetou a indústria de seguros brasileira em lucro e faturamento até o momento. Mas os balanços do primeiro trimestre já começaram a apresentar um viés de baixa. Praticamente todas as maiores seguradoras apresentaram lucro no trimestre, mas o índice combinado (faturamento menos indenizações de despesas), que mede a eficiência operacional das companhias, já começa a apresentar piora. Quanto mais próximo de 100%, pior.

Segundo informou a Porto Seguro na divulgação do balanço, o volume de roubo e furto de carros já apresentou alta no trimestre. Aliado a isso, as seguradoras têm dificuldade em aumentar o preço do seguro em razão do desemprego e o lucro com investimentos apresenta queda com o ciclo decrescente da taxa básica de juros, principal índice de correção das reservas das companhias.

Segundo estudo da Siscorp, o lucro líquido do setor no trimestre foi de R$ 2,1 bilhões, alta de 24%. No entanto, o lucro registrado pela Tokio Marine, de R$ 377 milhões, distorce as estatísticas, uma vez que o valor é fruto da venda da participação do grupo japonês na Real Tokio Marine Vida e Previdência para o banco espanhol Santander.

Em faturamento, o setor totalizou R$ 21 bilhões, evolução de 4%, sem considerar o seguro saúde. Seguros movimentou prêmios de R$ 7,9 bilhões, crescimento de 8%. Vida e previdência foi responsável por contribuições e prêmios de R$ 10,9 bilhões e títulos de capitalização acumularam vendas de R$ 2,1 bilhões.

A divulgação de balanços trimestrais no Brasil só foi feita por seguradoras ligadas a bancos ou com ações em bolsa, como Porto Seguro e SulAmérica. Os destaques dos balanços nacionais ficaram com Bradesco e Itaú com queda no ganho, e Porto Seguro e JMalucelli com alta.

O lucro da Bradesco Seguros e Previdência chegou a R$ 650 milhões no primeiro trimestre de 2009, alta de 2,74% em relação ao mesmo período do ano passado. Isso representou 38% do lucro líquido de R$ 1,7 bilhão do conglomerado agora presidido por Luiz Carlos Trabuco Cappi. O grupo faturou R$ 5,5 bilhões no trimestre, com seguros, previdência e capitalização.

A Itaú Unibanco Seguros, que tem José Rudge no comando da integração das operações de seguros, respondeu por 7% dos resultados. Durante coletiva de imprensa, o porta voz do Itaú afirmou que há espaço para crescer, principalmente explorando os clientes do próprio banco. Os prêmios cresceram 6% em comparação a dezembro. O lucro do segmento ficou em R$ 293 milhões, alta de 10,6%.

A área de seguros e de resseguro do Paraná Banco, controlador da JMalucelli Seguradora e JMalucelli Resseguradora, respondeu por 55% do lucro líquido de R$ 20 milhões do grupo no primeiro trimestre deste ano, percentual muito acima da contribuição de 31% registrada no quarto trimestre de 2008. O volume de prêmios totais emitidos pela JMalucelli Seguradora em 75,7%, para R$ 85,2 milhões.

Mundialmente, o grande destaque ficou para o prejuízo da AIG, reduzido em 44%, e para as perdas de US$ 1,5 bilhão da Berkshire Hathway, do megainvestidor Warren Buffett, que teve a primeira perda desde 2001. Nos primeiros três meses do ano, a empresa registrou perdas de US$ 4,35 bilhões. O resultado é 93% inferior ao obtido no quarto trimestre de 2008: US$ 61,7 bilhões, o maior prejuízo de uma empresa norte-americana para um trimestre.

Tiveram redução no lucro Munich Re, Scor, Swiss Re, Zurich e Liberty. Já Hannover Re, Everest e ACE divulgaram ganhos maiores. As corretoras de seguros – Aon, Marsh e Willis – registraram queda nas vendas, mas mantiveram o lucro.

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

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