A FF Seguros registrou o melhor resultado de sua história em 2023. As vendas superaram R$ 1,6 bilhão, o que representa 23% de crescimento. O lucro líquido chegou a R$ 137 milhões. O resultado com subscrição alcançou R$ 37 milhões e o índice combinado 95%, ambos indicadores relevantes na avaliação do desempenho de uma seguradora. “Nossos resultados representam a conquista pela equipe de muitos indicadores, desde os técnicos até os sutis, como ser um líder melhor para a equipe”, conta o CEO Bruno Camargo.
Todas as unidades de negócios registraram crescimento. Property & Casualty (P&C), ou seguros corporativos, avançou 34%; transporte 48%; linhas financeiras 6%; e seguro rural 200%, impactado ainda pelo baixo crescimento dos anos 2021 e 2022, quando o grupo recuou neste segmento para entender melhor o efeito das mudanças climáticas no agronegócio e equacionar o elevado índice de sinistralidade. “Adequamos nossa estratégia com riscos climáticos e voltamos com uma atuação mais equacionada para as mudanças climáticas. Investimos muito em tecnologia, parcerias e técnicas de subscrição mais assertivas e conservadoras”, comenta.
O investimento em tecnologia, em pessoas e o desejo genuíno de ofertar o melhor serviço e produtos para corretores de seguros e consumidores, que gere um ciclo virtuoso para a sociedade, são as linhas mestras na seguradora que pertence ao grupo canadense FairFax, que também registrou em 2023 um resultado acima do esperado pelos bancos de investimentos do país de origem. “Nunca estivemos tão bem-posicionados em 38 anos de história”, comemora Camargo.
O grupo reportou cerca de US$ 4,4 bilhões de resultado, com todas as coligadas com crescimento no resultado, nas vendas e com um índice combinado abaixo de 95%. As vendas avançaram para US$ 30 bilhões, o que os coloca como o 18º. Maior grupo segurador do mundo no ano passado. “Estar entre os top 20 nos traz escala e expertise que pode ser compartilhada entre as companhias ao redor do mundo. O grupo se beneficiou também de ter um portfolio de investimentos conservador, do IC de 95% das coligadas e de investimentos em ativos fora do mundo de seguros”, comenta Camargo.
Para 2024, o CEO que vê a operação local como um “filho” diante da autonomia dada aos executivos regionais, segue otimista. Segundo ele, o Brasil tem tantas oportunidades que vale a enfrentar os desafios que fazem do setor de seguro uma emoção próxima de uma montanha russa no quesito segurança jurídica, como a negociação do PL de contratos de seguros até mudanças de decisões passadas, como a publicada pelo ministro Dias Toffoli sobre as condenações da Lava Jato. “Os números do setor de seguros ainda estão aquém do potencial de proteção securitária que empresas e famílias necessitam. Como temos um “pai rico” e um modelo de negócio descentralizado, temos margem de manobra para vivenciar as mudanças e seguir investindo em tecnologia e agir de forma rápida às mudanças, s em criar burocracias”, acrescenta.
Parte do entusiasmo de Camargo vem do aprendizado. A FF Seguros decidiu entrar no varejo, um mundo novo para uma seguradora especializada em seguros para grandes riscos corporativos. Há mais de três anos o grupo vem consolidando a estratégia para operar no segmento de varejo, se debruçando em tecnologia e em como ela pode ajudar os pequenos e médios corretores de seguros a estruturar suas operações e, de forma digital, se darem bem nesta realidade movida por dados que possibilitam atender as necessidades de proteção da sociedade brasileira.
“Entrar neste novo segmento nos traz aprendizado diário, tanto de experiencias do consumidor como da quantidade de dados. E este formado vai mudar demais o conceito de seguros. Seremos uma empresa de tecnologia que vende seguros, focada em serviços. Ficamos muito tempo sem falar com o cliente por conta do funcionamento do mercado de seguros. Em grandes riscos, o corretor assumiu este papel e a seguradora virou commodity. Agora o movimento é ofertar valores tangíveis, que não sejam apenas preço, para corretores e clientes. E isso exige um parrudo investimento em tecnologia, em inteligência artificial para anteciparmos as necessidades dos clientes de uma forma que priorize a jornada ágil, e em especialistas que conduzam uma subscrição que privilegie o perfil de risco do consumidor”.
Em varejo, a grande construção está no seguro para bikes, nicho com grande potencial na oferta de produtos e serviços para um público apaixonado pelo esporte que tende a crescer cada dia mais. “Nosso empenho está em trabalhar com dados para fornecer um bom serviço ao segurado, que vai de assistências a um preço justo, criando assim um círculo virtuoso onde o bom segurado é beneficiado. Isso trará ao setor uma percepção positiva do consumidor em relação a seguros”, afirma Camargo.
As linhas pessoais desafiam todo o setor. O marketing é uma peça-chave neste novo mundo e ainda muito cara, o que vai contra a política de preço acessível, um dos pilares para o setor crescer. A FF Seguros quer estar na vanguarda dessas mudanças. “É preciso criar a cultura de performance, mas baseada no desenvolvimento humano, que gere felicidade e negócios, para treinarmos líderes para o futuro. Temos uma geração brilhante, mas falta resiliência, paciência e autoconhecimento. Temos nos posicionado para ser um celeiro de bons talentos sendo uma companhia com propósito, que se posiciona dentro dos conceitos ESG de forma firme e realística, que devolve valores sociais substanciais para a população”, finaliza Bruno Camargo.