Seguros garantia, paramétrico e cibernético avançam com a pandemia

Empresas levantaram na Justiça do Trabalho pelo menos R$ 33 milhões que estavam depositados em juízo para assegurar dívidas trabalhistas de acordo com a Data Lawyer Insights

Entre as várias modalidades de seguros, três deles avançam com personalidade própria diante da pandemia, diante da iniciativa de grupos de executivos de resolver problemas financeiros de seus clientes e também do próprio mercado, com riscos ocorridos e que estão excluídos dos contratos. Como ninguém está com margem para entrar em duelo com clientes, principalmente com a competição acirrada como está, a melhor saída é apoiar na solução de conflitos.

O garantia judicial tem sido uma das opções de empresas para levantar, na Justiça do Trabalho, pelo menos R$ 33 milhões que estavam depositados em juízo para assegurar dívidas trabalhistas ou garantir o direito de recorrer. Em meio à pandemia, os valores foram substituídos por seguro garantia, com base em entendimento favorável do Tribunal Superior do Trabalho (TST). Neste ano, até o dia 18 deste mês, a Justiça do Trabalho recebeu 12,2 mil pedidos de substituição de dinheiro por seguro, quase 50 vezes mais que em 2019, com um total de 254. Esses processos somam cerca de R$ 150 milhões, de acordo com a Data Lawyer Insights, informa o Valor.

Outra boa notícia do dia vem do Lloyd’s of London, principal mercado de seguros do mundo, que acaba de anunciar um novo seguro paramétrico para cobertura de Lucros Cessantes por perturbação e paralisação de serviços de TI dos segurados. A cobertura será acionada por um critério paramétrico, pagando automaticamente sempre que os serviços críticos de informática do segurado forem atingidos, tais como cloud, e-commerce ou sistemas de pagamentos. O propósito de desenvolvimento do produto é reduzir de forma significativa o tempo de regulação dos sinistros e pagamento das indenizações. Ao que tudo indica, os seguros paramétricos passarão a ser adotados cada vez mais para diferentes tipos de riscos, na tentativa de recuperar a reputação do mercado, fortemente abalada pelas disputas surgidas em razão das negativas de indenização por interrupção de negócios, em razão dos efeitos da pandemia.

O seguro cibernético também avança com força com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), que entrou em vigor há duas semanas e responsabiliza empresas pelo vazamento de informações de seus clientes, deve impulsionar a demanda por seguros contra riscos cibernéticos. A nova regra tem potencial para multiplicar por 20, em dois anos, a receita das seguradoras com esse tipo de apólice, segundo a F.Torres Advogados, especializado em seguros e resseguros. A projeção do escritório toma como base resultado de 2019, quando prêmios emitidos para seguros contra riscos cibernéticos somaram R$ 20,7 milhões. O número já foi superado em 2020, em razão dos ataques virtuais nos primeiros meses da pandemia. De janeiro a julho, foram R$ 20,8 milhões em prêmios, traz o Estadão.

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

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