Preço do seguro auto registra queda, acima de 10%, em um ano

Apesar de o preço do seguro auto tradicional cair, volume de contratação segue baixa. Busca por alternativas, mais em conta ao bolso, aumentam, como o seguro Pay Per Use

Fonte: Thinkseg

O preço do seguro auto caiu entre 11% e 27% para cinco modelos de carros neste ano, comparado com os preços de julho de 2019, segundo levantamento na plataforma digital de seguros do Grupo Thinkseg, chamada Bidu. Para as mulheres, a queda de preço varia de 2% a 14% na pesquisa.  Mesmo estando mais barato, o segmento que representa o seguro auto (Fenseg) registra queda do volume de contratações. No intervalo de janeiro a abril deste ano sobre mesmo o período do ano passado, o valor recebido de quem contrata o seguro auto (prêmio) caiu cerca de R$ 1,1 bilhão. 

A plataforma digital Bidu analisou os preços dos automóveis Ka, Gol, HB20, Ônix, Polo, todos modelos 2020, nas cinco capitais:  São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Fortaleza, Brasília, para um homem e uma mulher, ambos de 35 anos, casados, que rodam 20 quilômetros por dia e que guardam o carro da garagem.

Um dos fatores da menor contratação de seguro auto em 2020 é a queda das vendas de veículos zero quilômetro que diminuiu 40% neste semestre em relação aos primeiros seis meses de 2019, segundo dados da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave). 

Outro fator é que as pessoas estão postergando contratar apólices de seguro auto, com vigência de um ano. Motivo: há incertezas sobre a retomada da rotina anterior à pandemia. Milhões de pessoas continuam em home office e crianças tendo aulas online. O fato é que a maioria das famílias está se mantendo nas residências, sem viagens programadas.

Por esse motivo, o seguro auto Pay Per Use (Pague pelo Uso), com contratação mensal, mostra alavancagem nas vendas. Esse novo modelo de seguro passou a somar três “players” no fim deste primeiro semestre. Dois deles anunciaram a entrada no setor em junho deste ano. A Thinkseg, pioneira neste modelo no Brasil, tem registrado aumento significativo de contratações.  “Atingiu 600% de incremento nas vendas do produto de abril até 20 de julho, comparado aos números do primeiro trimestre deste ano, período em que ainda não havia pandemia no Brasil, diz o CEO do Grupo Thinkseg, Andre Gregori.

No novo seguro Pay Per Use, o motorista de 35 anos, com o mesmo Ônix, CEP na região central de São Paulo, pagaria R$ 55,20 de assinatura mensal e R$ 0,06 (seis centavos de reais) por cada quilômetro rodado, ou seja, R$ 1,20 por cada 20 kms diários. Como o contrato é mensal, a pessoa pode cancelar a qualquer momento o seguro pelo aplicativo. Tudo é online. E a assinatura para carro modelo básico começa a partir de R$ 25,00 mensais, mais os kms rodados.

“Mesmo em um cenário de controle do Covid-19, as contratações do Pay Per Use continuarão aumentando porque as pessoas também vão buscar formas de economizar. Elas passaram a se preocupar mais com o controle de gastos e poupança de recursos. Há um segmento de público que prioriza a transparência na hora de pagar.  Por meio do aplicativo do Pay Per Use, o motorista vê cada quilômetro rodado e quanto vai pagar por ele”, explica Andre Gregori. “Ainda é preciso considerar que o home office é uma tendência que ganhou força no Brasil. Muitas empresas vão manter parte da equipe trabalhando em casa. Neste cenário, o Pay Per Use é uma boa opção para quem usa o carro aos finais de semana”, completa.

O seguro auto tradicional para o modelo ônix 1.0, ano 2019, apresentava média de preço de R$ 2.155,00 no ano passado, em cinco capitais do País (Brasília, Porto Alegre, São Paulo, Rio de Janeiro e Fortaleza). Neste ano, a média de preço do seguro auto para o ônix 1.0, ano 2020, nas mesmas cinco capitais, ficou em R$ 1.930,00, ou seja, 10% menor do que no ano passado 

A redução do preço do seguro auto tradicional, ao longo de um ano, considera alguns fatores de mercado. Entre entre abril e julho deste ano, houve redução de valor dos automóveis analisados, segundo dados da tabela Fipe. Também as seguradoras modificaram alguns serviços ofertados. Agora, é possível encontrar seguro auto com guincho dentro do raio de 100 km, 200 km e 400 km, em vez do raio ilimitado, como no passado. Em alguns casos, nota-se a diminuição de dias para o uso do carro reserva após acidentes. Para facilitar a venda, ainda houve o aumento do prazo de pagamento do preço anual do seguro auto em até 10 ou 12 parcelas sem juros. Mas, é preciso ficar atento a cada condição. Há parcelamento em 10 vezes, com taxa de juro progressiva a partir da quinta parcela.

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

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