O CEO da Markel, Carlos Caputo, está confiante com o desempenho do seguro rural em 2019, ainda mais em um cenário em que o presidente Jair Bolsonaro prioriza o setor e o seguro. Semana passada, durante sua visita a Agrishow, em Ribeirão Preto (SP), o presidente anunciou a liberação de R$ 1 bilhão para o seguro rural do Plano Safra do Banco do Brasil, além de defender juros menores aos agricultores. Veja abaixo o que Caputo espera do futuro:
1 – Qual avaliação da Markel após esses primeiros meses de trabalho da Ministra Tereza Cristina no comando do Ministério da Agricultura?
Nossa avaliação é bastante positiva e, apesar do pouco tempo, nota-se uma postura bastante firme e alinhada com os anseios do setor agrícola. Em evento realizado esta semana em Brasília, a ministra reiterou que o seguro rural é a ferramenta que dá tranquilidade ao produtor. Portanto, esperamos, com otimismo, que os R$ 1 bilhão em subsídios anunciados sejam liberados para os produtores.
Se a alocação dos recursos para o subsídio não puder ser feita conforme a expectativa do setor, a estratégia da Markel será afetada?
Se não conseguirmos avançar na questão dos subsídios, o mercado será afetado como um todo, principalmente àqueles produtores com áreas e culturas onde os fatores de risco mais agravados dificultam a contratação de seguros. Nesse universo, o subsídio possui uma relevância ainda maior.
A maior demanda diante da alta dos grãos puxada pelo apetite crescente da China, anima a venda de seguros?
A demanda extra sempre traz o aquecimento do setor de forma direta e a toda a sua cadeia, incluindo os seguros. Temos uma meta a cumprir, sendo assim, esse tipo de notícia nos anima. Nos valemos dessas demandas flutuantes, mas, também, estamos percebendo um aumento na conscientização do produtor com relação aos riscos, o que gera, consequentemente, um aumento na demanda por seguro. Vale lembrar que somente 8% da área cultivada no Brasil é coberta por apólices seguro, segundo a Sociedade Nacional da Agricultura (SNA), logo, temos amplo espaço crescer
Qual seria essa meta para 2019, comparada com desempenho da Markel no último ano?
Encerramos o ano com um resultado mais de três vezes maior do que a nossa expectativa, que era o de faturar R$ 22 milhões. Vendemos, aproximadamente, R$ 75 milhões em apólices.A meta para 2019 é bater R$ 125 milhões de receita e a Markel está no caminho certo. Encerramos o primeiro trimestre de 2019 com cerca R$ 34 milhões em prêmios emitidos, o que está alinhado com as nossas projeções originais. O fato de sermos relativamente novos nesse nicho e termos em nossa carteira a opção de apólices customizadas, nos ajudaram a crescer de forma importante. Mas também sabemos que o mercado incorpora, rapidamente, práticas que dão certo, portanto, temos que procurar outros diferenciais e continuar sempre inovando para mantermos uma margem de crescimento sólido e sustentavel.