‘Seguradoras não se afastam do risco e permanecem firmes contra a proteção veicular, diz Marcio Coriolano

Fonte: CNseg

As seguradoras não se afastaram do risco e, portanto, não foram elas que permitiram o avanço da proteção veicular. Pelo contrário, são elas uma das principais porta-vozes do mercado contra o mal que associações e cooperativas de proteção veicular vêm causando ao consumidor brasileiro. Após a manifestação, Marcio Serôa de Araujo Coriolano, foi efusivamente aplaudido pela plateia presente sábado (14) no painel “O Setor de Seguros frente a frente com a realidade”, que fechou a programação do 20º Congresso Brasileiro dos Corretores de Seguros, em Goiânia, o presidente da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg).

“A proteção veicular não surgiu em suposto espaço deixado pelas seguradoras. Há várias interpretações equivocadas sobre a proteção veicular de que ela veio por um espaço deixado pelas seguradoras. Não considero que seja isso, até porque os produtos oferecido pelas associações são os mesmos nossos”, ponderou. E complementou: “se são mais baratos é porque as tais associações não são registradas, não constituem reservas, e não tem atuários e pessoal treinado e qualificado como nós temos”. Há, na Superintendência de Seguros Privados (Susep), 180 ações civis públicas e 200 processos administrativos que apuram irregularidades praticadas por associações e cooperativas que atuam no mercado marginal.

Coriolano, em sua apresentação no painel, reforçou que o momento é de recuperação econômica e, portanto, favorável para expansão do setor e também para o protagonismo caso seja incluído em políticas públicas do Governo federal, principal clamor do setor durante o evento realizado pela Federação Nacional dos Corretores de Seguros (Fenacor). A queda gradual da inflação registrada nos últimos meses foi outro ponto relevante apontado por Coriolano como favorável para a evolução do setor.

“Queda extremamente benéfica para o nosso setor, porque o setor de seguros é movido a emprego e renda. Renda real que está crescendo e um déficit que também está caindo, permitindo que as pessoas comprem mais seguro”, disse. Para ele, o setor “segurou a barra” e permaneceu crescendo entre o ápice da instabilidade econômica, entre 2014 e 2016. “O Nosso desafio é monumental, porque enquanto vários setores estão perdendo competitividade, o nosso setor teve crescimento no primeiro trimestre deste ano 11,65% para se estabilizar em 7,2%. Ora, ousadia nós já tivemos, capaz de levar o mercado a esses patamares. Precisamos ousar mais? Sim, para manter algo compatível com esses resultados”, assinalou.

Foi alvo de elogios a atuação da atual gestão da Susep, que tem como superintendente Joaquim Mendanha de Ataídes. Segundo Coriolano, a implantação do Seguro Auto Popular e o Seguro de Vida universal, cujo modelo permitiu às seguradoras dos Estados Unidos recuperarem o segmento de seguros de vida nas últimas décadas. Ao contrário dos seguros de vida tradicionais, no Seguro de Vida Universal o capital segurado é composto por duas parcelas: o capital segurado de risco e o capital segurado de acumulação. “O Seguro de Vida Universal é uma quebra de paradigma monumental para o mercado. Ele vai exigir preparo das seguradoras e dos corretores”, sinalizou Coriolano, que pediu a todos os atores envolvidos com o setor (seguradoras, órgão regulador e corretores) a ousarem ainda mais para a busca de caminhos comuns em prol do consumidor.

Quanto ao Seguro Auto Popular, a Susep apresentará, em 20 dias, um estudo para incrementá-lo no mercado. Regulamentado em 2016 pelo Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP), o Seguro Auto Popular permanece tímido no mercado.

A carga tributária elevada também preocupa o setor. Coriolano antecipou que a CNseg desenvolve um estudo sobre o impacto dos impostos no mercado segurador. O presidente da CNseg reforçou, entre outros aspectos, a importância do novo marco regulatório para capitalização, ainda em estudo na Susep. Além de Marcio Coriolano, também participaram do painel o superintendente da Susep, Joaquim Mendanha; o presidente da Fenacor, Armando Vergílio; o presidente da Bradesco Seguros, Octavio de Lazari; o deputado federal Lucas Vergílio (SD/GO) e a jornalista Denise Barbosa.

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

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