Austrália investe em conscientizar o consumidor sobre o que está coberto no plano de saúde adquirido

Especialista em Políticas e Financiamentos de Saúde, diretora-chefe da Private Healthcare Austrália, o maior órgão da indústria que representa os fundos de saúde australiana, conta para a plateia do 3o. Fórum de Saúde Suplementar, os desafios que a Austrália ainda tem de enfrentar e quais os passos que foram dados nos últimos anos.

Rachel David mostrou um cenário bem parecido com o que acontece no Brasil, com a ressalva de que lá os esforços todos os agentes do segmento estão focados no consumidor e no Brasil esse coesão ainda é um desafio para os atores do setor. “Nos últimos 100 anos ganhamos 30 anos a mais de vida na Austrália e temos de tentar equalizar o sistema de saúde financeiramente, pois os jovens compram produtos básicos mas tem expectativa de ter coberturas amplas”, disse. Ela disse que é um ponto prioritário do governo preparar o sistema para atender pacientes mais idosos, com doenças crônicas, que tem expectativas irrealistas de que podem usar o sistema sem restrições e sem pagar.

Ela também citou que a proliferação de novos produtos na Austrália causou grandes problemas entre consumidores, governo e fundos de saúde. “Há 15 anos o país tinha produtos com cobertura completa, básica e intermediária. Com a redução da capacidade de pagar, os fundos de saúde passaram a ofertar um numero grande de produtos com exclusões, como sem cobertura de parto para pessoas acima de 50 anos.

Segundo ela, a capacidade dos consumidores de pagar pelo plano de saúde tem se reduzido ao longo dos anos. Então o governo e órgão regulador usou todos os termos usados nos contratos para ter certeza de que o que os contratos diziam fossem melhor compreendidos pelos participantes. Desde então se busca uma forma de atender a todos, com planos classificados em ouro, prata e bronze, o que gerou um grande trabalho em conjunto com governo e fundos de saúde. Foi um grande exercício para os consumidores e para os fundos de saúde.

A luta para reduzir fraudes e desperdícios também tomam conta da agenda da saúde na Austrália. “Estamos trabalhando com o governo para regulamentar o custo das próteses, para diminuir índice de fraude, e também das novas tecnologias, para que nenhum dólar seja retirado do sistema para ser usado por um fraudador ou aproveitador”.

Concluindo, ela afirmou que o governo australiano tem a politica ouro, prata e bronze, e visa garantir a mínima interferência regulatória no sistema e ênfase em fazer que o produto seja bem explicado ao consumidor antes da compra. “Vamos garantir que quem comprar uma apólice de baixo valor saberá o que está comprando. Vamos manter nível básico de cobertura básica ouro, prata e bronze. Vamos garantir saúde mental, pois tem evolução das despesas nessa área, principalmente para jovens que não perceberam que compraram sem saber. Vamos garantir que possam fazer um upgrade para atender as necessidades dos jovens que ficam adultos e idosos”.

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

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