Mercado segurador já superou o pior momento da recessão de 2016, afirma presidente da CNseg

Fonte: CNseg

Mais de 600 executivos participaram nesta quarta-feira de manhã da abertura do 6º Encontro de Resseguro, que, nesta edição, comemora os 10 anos de mercado livre desse importante braço de suporte das operações de seguros no País. Organizado pela CNseg, em parceria com a Fenaber e Escola Nacional de Seguros, o evento reuniu, na solenidade de abertura, algumas das principais lideranças e autoridades do mercado.

Em discurso, o presidente da CNseg, Marcio Coriolano, assinalou que o mercado de seguro demostrou resiliência mesmo com o agravamento da crise econômica, ao exibir expansão nominal bastante razoável. No ano passado, o mercado cresceu 9,2%, alcançando, sem contar com saúde suplementar, R$ 239 bilhões em 2016. Com a inclusão do faturamento estimado das operadoras de saúde, na casa de R$ 160 bilhões, a chamada receita do mercado ampliado de seguros atingiu quase R$ 400 bilhões. “Em 2016, ano crítico para o País, depois de um 1º trimestre decepcionante, as taxas se recuperaram gradativamente e, ao final do ano, obtivemos crescimento de 9,2%, portanto apenas um ponto percentual abaixo do ano anterior”, destacou Coriolano.

No caso do mercado supervisionado pela Susep, reconheceu que a expansão foi liderada por um pequeno numero de modalidades, com destaque para os planos de previdência (VGBL, principalmente), seguro de vida individual e apólices de Garantia e Rural, uma concentração que também indica que o mercado foi mais duramente afetado pela crise.

Mas Coriolano acredita que o mercado segurador já superou o pior momento da recessão de 2016. Não só porque a taxa de expansão ter se ampliado trimestre a trimestre, depois do susto causado pela forte desaceleração no começo do ano passado. Mas também porque o resultado do primeiro bimestre do ano já é representativo, ao voltar à casa dos dois dígitos. “Neste início de ano, os números dos dois primeiros meses apontam para uma satisfatória estabilidade, já que, em fevereiro, considerando-se o acumulado dos últimos 12 meses, alcançamos uma evolução de 10,6% sobre igual período do ano anterior, voltando, portanto, ao mesmo nível de 2015”, lembrou ele.

E a perspectiva é positiva, porque existe a previsão de lançamento de produtos que já tiveram a regulamentação aprovada ou em via de ser, ampliando o mercado potencial. Ele se refere ao Universal Ljfe, à modalidade de capitalização para os planos e seguros de saúde; à nova lei de licitações públicas que amplia a participação do seguro garantia; ou ao fim do monopólio no seguro de Acidentes do Trabalho. Nichos de grandes riscos ou massificados que exigem a parceria com as empresas de resseguros, para que o mercado possa demonstrar ter capacidade de ampliar a proteção de patrimônios, saúde e rendas, e, em consequência, contribuir para o desenvolvimento do país em bases sustentáveis.

Outros discursos foram feitos na abertura. O diretor presidente da ANS, João Carlos de Souza Abrahão, voltou a pedir que as resseguradoras criem planos para as operadoras de saúde, lembrando que a agência reguladora, nesse sentido, têm feito ações para ampliar a transparência e governança do setor, necessárias para dar a previsibilidade exigida nos negócios de resseguros. O superintendente da Susep, Joaquim Mendanha de Ataídes, destacou estudos para aproximar as práticas das seguradoras e resseguradoras brasileiras dos mercados globais e deu a entender que, na próxima reunião do CNSP, deverão ser aprovadas novas medidas em prol do fortalecimento de seguros.

O presidente da Fenaber, Paulo Pereira, fez um breve balanço dos 10 anos de mercado de resseguros livre. No período, o mercado saiu de um órgão monopolista de resseguros para 128 players presentes no País; e a receita pulou de R$ 3,8 bilhões por ano para os atuais R$ 10 bilhões de 2016, destacou ele, reclamando que ainda há alguns nós regulatórios que podem frear o potencial de crescimento.

Foto:Francisco Alves de Souza, da FenaPrevi; João Francisco Silveira Borges da Costa, da FenSeg; Joaquim Mendanha de Ataídes, da Susep; João Carlos de Souza Abrahão, da ANS; Marcio Serôa de Araujo Coriolano, da CNseg; Marco Antonio da Silva Barros, da FenaCap; Paulo Pereira, da Fenaber; Robert Bittar, da Escola Nacional de Seguros; Roberto da Rocha Azevedo, da Abecor; e Solange Beatriz Palheiros Mendes, da FenaSaúde

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

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