O Valor Econômico informa que com autorização do Supremo Tribunal Federal (STF), a Polícia Federal (PF) deflagrou nesta quinta-feira (16) nova fase da Lava-Jato, a Operação “Leviatã”, que cumpre seis mandados de busca e apreensão no Distrito Federal, no Rio e em Belém, em investigação que apura corrupção na obra da usina de Belo Monte.
As buscas foram autorizadas pelo relator da Lava-Jato no STF, ministro Edson Fachin, porque envolvem autoridades com prerrogativa de foro. As buscas envolvem endereços do ex-senador Luiz Otavio (PMDB-PA) e do filho do presidente da Comissão de Constituição e Justiça do Senado, Edison Lobão (PMDB-MA), Marcio Lobão. Márcio Lobão é presidente da Brasilcap, empresa de títulos de capitalização do Banco do Brasil. Ele também é conhecido pela influência que mantém no Postalis, o fundo de pensão dos Correios.
Apadrinhado político do senador Jader Barbalho (PMDB-PA), Luiz Otavio foi secretário-executivo da Secretaria de Portos no governo Dilma Rousseff. Ele chegou a ser cotado para ocupar a Secretaria Nacional de Portos no governo Michel Temer, mas acabou não ficando com o cargo.
Segundo a Reuters, em entrevista coletiva sobre os resultados financeiros de quarto trimestre do banco em São Paulo, o presidente do Banco do Brasil, Paulo Caffarelli, disse que o banco vai colaborar com as autoridades em relação ao caso de investigações anunciadas nesta quinta-feira envolvendo executivo da Brasilcap.
Em nota, os advogados de Márcio Lobão, que é presidente da Brasilcap Capitalização, que tem o Banco do Brasil como principal acionista, confirmaram a operação de busca e apreensão na casa do executivo. “A respeito da busca e apreensão realizada hoje na residência de Márcio Lobão, no Rio de Janeiro, ele, por meio de seus advogados que subscrevem esta nota, reitera que nenhum ilícito cometeu, apesar de não ter conhecimento das razões que justificaram a drástica medida judicial”, afirma a nota dos advogados Aristides Junqueira, ex-procurador-geral da República, e Luciana Simioni.