Fitch vê perspectiva estável para seguradoras em 2017

A perspectiva para o setor brasileiro de seguros é estável, porém a do rating permanece negativa, segundo relatório especial publicado no dia 1o. de dezembro pela Fitch Ratings. De acordo com o comunicado, a perspectiva negativa dos ratings do setor brasileiro de seguros reflete a dos ratings soberanos do Brasil (Issuer Default Rating (IDR) – Rating de Probabilidade de Inadimplência do Emissor ‘BB’/Perspectiva Negativa) e as restrições relacionadas ao país.

Por outro lado, a perspectiva do setor de seguros continua estável por ser um dos poucos que resistiu à deterioração significativa do ambiente operacional em 2015 e 2016. A Fitch acredita que o setor continuará sendo resiliente e manterá métricas de crédito adequadas em 2017.

A agência de classificação espera que o crescimento de prêmios permaneça moderado pelo segundo ano consecutivo, em 2017, apesar das expectativas de estabilização econômica e da retomada de crescimento. Isto devido ao fato de que o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) deverá ser modesto (1,2%, pelas projeções da agência), e a taxa de desemprego tende a permanecer elevada. Até setembro de 2016, o crescimento total de prêmios (exceto no segmento de saúde) foi de 7,3% no comparativo anual (10,6% em 2015). Esta é a menor taxa de crescimento da última década e está abaixo da inflação de 8,5% no período.

A Fitch acredita que a lucratividade do setor de seguros permanecerá sólida em 2017, apesar de uma provável queda das taxas de juros, o que pressionaria seus resultados financeiros e do crescimento moderado dos prêmios. O retorno sobre ativos médios (ROAA) do setor (excluindo o ramo de saúde), que caiu para 1,7% até setembro de 2016 em função do aumento da alíquota de contribuição social (média de 2,0% entre 2012 e 2015), deverá se posicionar entre 1,5% e 2,0%.

Para a Fitch, a tendência de elevação da alavancagem do setor persistirá em 2017, uma vez que o aumento da demanda por produtos de previdência deve permanecer sólido. A Fitch espera que as seguradoras brasileiras avaliadas pela agência consigam atender às exigências de aumento de capital mínimo em 2017, quando terão que alocar capital para os riscos de mercado.

A Fitch espera que os principais indicadores de crédito das resseguradoras locais permaneçam estáveis e adequados em 2017. Até junho de 2016, estes indicadores se mantiveram sólidos, com ROAA de 3,8% (média de 3,0% entre 2012 e 2015).

O relatório completo “Perspectiva 2017: Setor Brasileiro de Seguros (Resiliente ao Crescimento Mais Lento e à Esperada Redução das Taxas de Juros) está disponível em ‘www.fitchratings.com’ e em ‘www. fitchratings.com.br’.

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

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