Brasil é o 14° maior mercado segurador do mundo, revela estudo da Swiss Re

02.12.2004
02.12.2004

Destaques:

• O Brasil é o 14° maior mercado segurador do mundo, com vendas de U$ 69 bilhões em 2015, o que significou consumo per capita de US$ 332 e penetração de 3,9% no PIB brasileiro. Entre os mercados considerados emergentes, é superado pela China, terceiro maior no ranking mundial, e pela Índia, décimo segundo maior mercado do mundo.
• O crescimento dos prêmios de seguro global aumentou 3,8% em 2015, de 3,5% em 2014
• O crescimento dos prêmios de seguro de vida reduziu para 4,0% em 2015, de 4,3% em 2014, devido ao fraco desempenho em mercados avançados
• Os prêmios de seguro não-vida aumentaram 3,6% baseado em forte crescimento nos mercados avançados; o desempenho dos mercados emergentes foi variado
• As taxas de juros ainda baixas pesam na rentabilidade, mas a indústria de seguros continua bem capitalizada
• Espera-se uma melhora no crescimento dos prêmios de vida em mercados avançados; a perspectiva dos prêmios não-vida é variada
• É provável que a desaceleração do comércio global cause impacto no crescimento dos prêmios de transportes e crédito

Os prêmios de seguro globais aumentaram 3,8% em termos reais em 2015, em meio a variações nas taxas de crescimento regional, diz o relatório sigma mais recente da Swiss Re. O desempenho geral foi estável após um ganho de 3,5% nos prêmios de seguros diretos subscritos em 2014, e vindo em um ambiente de moderado crescimento econômico global (2,5%), este último um motor essencial da demanda de seguro. Houve uma ligeira desaceleração no setor de vida em 2015, com o crescimento dos prêmios globais caindo para 4,0% (de 4,3%) devido ao fraco desempenho nos mercados avançados. Quanto ao não-vida, o forte crescimento nos mercados avançados da Ásia e a melhoria na América do Norte e Europa Ocidental contribuíram para um aumento de 3,6% nos prêmios de seguros globais, acima do aumento de 2,4% em 2014.

Enquanto o desenvolvimento em termos reais sinaliza força, o volume de prêmios em dólar americano (USD) em taxas de câmbio vigentes contraiu para 4,2% em 2015. Isso pode ser visto como um sinal de fraqueza do setor de seguros, mas só é causado pela depreciação da moeda generalizada contra o dólar.

O crescimento dos prêmios de seguro nos mercados avançados foi fraco no segmento vida, porém forte no segmento não-vida

Nos mercados avançados, o crescimento real global dos prêmios de seguro de vida desacelerou para 2,5% em 2015, de 3,8% no ano anterior. A América do Norte apresentou um crescimento positivo após dois anos de declínio. O crescimento dos prêmios também foi mais forte nos mercados avançados da Ásia, impulsionado pelo Japão e Coreia. No entanto, na Europa Ocidental o crescimento foi significativamente menor, passando de 5,8% em 2014 para 1,3%. Nos mercados emergentes, o crescimento global dos prêmios de seguro de vida praticamente dobrou, chegando a quase 12%, devido ao forte desempenho nos mercados emergentes da Ásia, principalmente na China.

O crescimento também melhorou na América Latina, mas a subscrição de prêmios foi mais fraca no Oriente Médio, Ásia Central, África e na Europa Central e Oriental. Os mercados avançados foram os principais impulsionadores dos seguros não-vida. Os mercados avançados da Ásia registraram o maior crescimento (+4,1%) e houve também um ganho considerável na América do Norte (+3,2%). O crescimento foi mais moderado na Europa Ocidental (+ 1,5%), porém isso representa uma melhoria significativa em relação aos anos anteriores de estagnação. Os mercados emergentes continuaram sua tendência de forte crescimento nos prêmios (+7,8%), impulsionado principalmente pela China.

As taxas de juros nas economias avançadas permaneceram muito baixas em 2015, pressionando a rentabilidade dos segmentos de vida e, em menor medida, do não-vida. No segmento vida, o crescimento moderado em muitos mercados também pesou sobre os lucros. No segmento não-vida, tanto os resultados de subscrição quanto de investimento foram mais fracos do que em 2014. Os resultados de subscrição foram impactados pela menor liberação de reservas e os resultados de investimento foram afetados pelas baixas taxas de juros.

“As taxas de juros e os cenários macroeconômico e financeiro do mercado continuarão a definir as perspectivas para a indústria de seguros,”, diz Kurt Karl, Economista-Chefe da Swiss Re, em comunicado. “Com a rentabilidade sob pressão, as seguradoras de vida continuarão a se concentrar na melhoria da gestão do capital, reduzindo despesas e aumentando o rendimento dos investimentos. A rentabilidade no segmento não-vida também permanecerá fraca em condições de preços reduzidos e retornos de investimento ainda baixos.”

No entanto, a indústria de seguros global permanece bem capitalizada, o que significa que as seguradoras estão melhor preparadas para superar os períodos de turbulência econômica ou de mercado. O segmento vida estava mais capitalizado no final de 2015 do que de 2014, refletindo os resultados sólidos na China, mas também o efeito da redução das taxas de juros, que resultou em um maior valor de mercado dos investimentos de renda fixa e derivativos. A solvência do segmento não-vida registrou uma alta recorde de 130% em 2015. Espera-se que a capitalização mantenha-se forte, mas não será mais apoiada por maiores ganhos não realizados decorrentes das taxas de juros extremamente baixas, uma vez que as taxas começarem a subir nos EUA e no Reino Unido, principalmente.

A previsão é de um ligeiro aumento no crescimento dos prêmios de vida nos países avançados em 2016, porém lento nos mercados emergentes. A pequena melhoria nos mercados avançados virá de uma recuperação esperada na Oceania e da melhoria modesta na Europa Ocidental. Nos mercados emergentes, o ritmo de crescimento reflete o forte desempenho sustentado nos países emergentes da Ásia. Apesar de estar apresentando uma desaceleração, o crescimento dos prêmios na China deverá manter-se forte.

Espera-se que o crescimento do segmento não-vida global se enfraqueça devido à atividade econômica moderada e aos preços reduzidos, principalmente nos mercados avançados. A perspectiva para os mercados emergentes é variada. O crescimento do segmento não-vida tende a ser forte nos países emergentes da Ásia, sustentado principalmente pela China. Em algumas outras regiões, no entanto, a previsão é de enfraquecimento ou mesmo redução do crescimento.

Captura de Tela 2016-06-28 às 20.08.41A desaceleração do comércio global afeta o crescimento dos prêmios de seguros.

A taxa média de crescimento anual dos prêmios de seguros globais desde a crise financeira permanece abaixo da taxa pré-crise. A tendência reflete um crescimento econômico mais lento e também uma desaceleração no crescimento do volume das trocas comerciais globais. O comércio global cresceu quase duas vezes mais rápido que o PIB mundial entre o início da década de 1990 e meados da década de 2000, mas seu crescimento apenas acompanhou o ritmo do PIB nos últimos anos.

Este sigma inclui um capítulo especial sobre o comércio global e as implicações para o crescimento do setor de seguros. A desaceleração do comércio tem sido parcialmente cíclica devido a fraca atividade econômica. O comércio deve apresentar uma retomada logo que a atividade econômica se intensificar, mas a desaceleração reflete também fatores estruturais mais profundos. Estes incluem, por exemplo, limites na maior difusão das cadeias de suprimentos globais, o protecionismo e a transição da economia chinesa baseada no crescimento focado nas exportações e investimentos para os serviços e o consumo doméstico. A desaceleração do comércio reduziu o crescimento global, que por sua vez afeta o crescimento dos prêmios de seguros de maneira geral. Dado que os fatores estruturais por trás da desaceleração do comércio tendem a persistir, uma desaceleração contínua do comércio global resultará em um menor crescimento particularmente nos segmentos de seguros transportes e de crédito.

Swiss Re: www.swissre.com/sigma

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

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